apresentação

O Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá-CineMato, a maior e mais antiga janela parao audiovisual brasileiro e mato-grossense na capital do Estado de Mato Grosso, a cidade de Cuiabá, realiza essa edição histórica de sua retomada presencial após cerca de sete anos de interrupção em decorrência da descontinuidade e ausência de compromisso das políticas de governo e, nos últimos anos, por conta da pandemia.​

     A cultura, em particular, a produção audiovisual, requer políticas de Estado consistentes e contínuas por promover a maior democratização dos recursos públicos e por ser indispensável para a formação das identidades, da cidadania e da construção de uma sociedade de paz.
Nesta edição de reconstrução do próprio festival, em que se reúne as suas instituições, Universidade Federal de Mato Grosso , Cineclube Coxiponés, Governo do Estado, Prefeitura de Cuiabá e Sebrae-MT – e novos patrocinadores e parceiros dessa intricada urdidura, a Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer – SECEL, o Canal Brasil, a Pró Reitoria de Cultura, Extensão e Vivências, Procev, o Instituto de Geografia, História e Documentação – IGHD, a Secretaria de Cultura de Cuiabá, e o seus realizadores o Instituto Inclusão, Cidadania e Ação – INCA e a Primeiro Plano Cinema e Vídeo, é um sinal em direção da construção não somente de uma política de Estado, mas de uma política inter-institucional, transversal por excelência, como deve ser tratada a cultura.
Mato Grosso é um território-templo sagrado de povos de etnias milenares e disputado por grupos de migrantes dos mais diversos rincões do mundo, em busca de imagens de inúmeros significados de paraíso para a existência humana. Algumas destas em desarmonia com sua biodiversidade, reminiscência da exploração histórica do colonialismo, e da subalternidade, outras promotoras de uma integração harmônica com a natureza, assim a protegendo. Nesse sentido, a sofisticada e criativa indústria do audiovisual que aqui se retoma se revela como um caminho promissor para o combate as profundas desigualdades históricas, o desenvolvimento humano em suas mais variadas dimensões, e principalmente a proteção ambiental. E ainda, oferece uma imagem menos rude ao Estado daquela imposta como tradicional: produtor e exportador de produtos primários, e agora como exportador de conteúdos de uma sofisticada indústria.
Rompendo o gargalo da exibição, cujo espaços são majoritariamente dominados pelos block buster, daí a urgente necessidade da cota de tela, e regulação dos streaming´s, a difusão democrática desses conteúdos brasileiros que o festival oferece, através dessa safra contemporânea, é um deleite para os espectadores. Momento também de formação e aperfeiçoamento profissional no Estado através das oficinas de transmissão de conhecimento, saberes e práticas que promovem a inclusão de novos talentos a essa indústria do audiovisual florescente. Inclusão esta que também é buscada desde sua primeira edição, em 1993, através do Cinema Paradiso, quando se leva o cinema até às pessoas impedidas por saúde, idade, ou força da lei. A formação de novas plateias para o cinema brasileiro é também uma missão que o festival cumpre desde seus primórdios, o Cinema Escola.
Nas rodas de conversa sobre “Film Comission” e das políticas para desenvolvimento sustentável, o festival amplia as possibilidades do desenvolvimento econômico do Estado em uma perspectiva transversal, combinando a cultura, o turismo, a educação, a proteção ao meio ambiente. Desenvolvimento este que o festival foi buscar num poderoso mito andino e elegeu “Pachamama”, o tema dessa vigésima primeira edição. Esse tempo, lugar de amar e refletir conspirou para que, aqui se chegando, se encontrasse um corpo e uma face para a mãe sustentadora e geradora da vida, símbolo da fertilidade e da luz, uma única mulher que reúne todas as mulheres, todos os seres de todos os gêneros, sua trajetória de vida, suas lutas e sonhos encontram-se juntos e personificados, a atriz, diretora, ativista Dira Paes.
Em nome dos organizadores e produção, dos patrocinadores e dos apoiadores e dos realizadores deste festival agradecemos a Dira Paes aceitação do convite, sua presença sempre presente ao nosso festival, e em nome dela abraçamos e saudamos todos espectadores.

Luiz Carlos de Oliveira Borges
Idealizador, Produtor e Curador do Festival

Luiz Borges , cineasta e organizador
Luiz Borges, cineasta e organizador do Festival de Cinema de Cuiabá há mais de 20 anos. Apaixonado pelo cinema e pela diversidade cultural, Luiz dedica-se a promover a produção audiovisual local e internacional, criando uma plataforma inclusiva para cineastas e amantes da sétima arte. Sua visão e compromisso são fundamentais para o sucesso e prestígio do festival.
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