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Desde os primórdios da realização da Primeira Mostra de Cinema e Vídeo de Cuiabá (que depois se transformou em Festival), as oficinas de realização cinematográfica e audiovisual estiveram presentes como parte constitutiva

Essas ocasiões de partilha e troca entre profissionais já reconhecidos do cinema e audiovisual brasileiros com profissionais do mercado televisivo, cinematográfico e audiovisual de Mato Grosso foram fundamentais para oxigenar o campo do audiovisual mato-grossense, capacitando pessoas que já trabalhavam com audiovisual no Estado e, principalmente, uma nova geração de realizador@s que tinham interesse em cinema ou que já estavam mais ou menos ligados à área por estarem envolvidos com os Cursos de Comunicação Social da UFMT e de outras instituições públicas e privadas de ensino do Estado. Nessas vinte e uma edições do Festival, as oficinas de realização foram ministradas por nomes como Tata Amaral, Toni Venturi, Clélia Bessa, Di Moretti, Elena Soárez, Ana Rita Nemer, Márcia Derraik, José Eduardo Belmonte, Lilian Solá Santiago, Hernani Heffner, Deia Okamura, Yuri Kopkak, Caroline Araújo, entre outr@s.

Audiovisual como ferramenta de produção de conhecimento e educação.
>> José Walter Nunes

A oficina audiovisual e educação, com o Prof. José Walter Nunes/UnB, tem por foco o debate sobre o papel do filme documentário no processo de produção, transmissão e apropriação de conhecimento e de sua contribuição crítica aos modos de ver e fazer este gênero cinematográfico. Nesse sentido, serão enfatizados os procedimentos de pesquisa que podem ser utilizados para se chegar ao filme em si, destacando suas relações e possibilidades de alargar, aprofundar ou até de limitar a interpretação, bem como a de ampliar ou não a potencialidade da linguagem audiovisual.

José Walter Nunes é sociólogo, historiador e documentarista. Seu campo de pesquisa e docência na Universidade de Brasília sempre esteve voltado para os temas da cultura, memória, oralidade, imagem, identidade, narrativa fílmica, narrativa histórica e educação intercultural. Os personagens de suas pesquisas e filmes documentários são pessoas e grupos comuns da sociedade brasileira. Nos últimos anos realiza seus trabalhos com povos e comunidades tradicionais, tematizando línguas-culturas em contato e narrativa fílmica.

A Pesquisa de Documentário
>> Dácia Ibiapina

A pesquisa de Documentário, com a cineasta Dácia Ibiapina, professora e pesquisadora aposentada da Universidade de Brasília, com atuação nas áreas de cinema e audiovisual, apresentando as fontes de pesquisa para o desenvolvimento do roteiro, bem como as possibilidades de uso da linguagem audiovisual e dos diferentes modos de produção do documentário.

Dácia Ibiapina é piauiense. Mora em Brasília há 30 anos. Diretora, roteirista e produtora de cinema. Sócia administradora da empresa produtora Carneiro de Ouro. É professora e pesquisadora aposentada da Universidade de Brasília. Dirigiu em Brasília ou a partir de Brasília 06 curtas documentários, um DocTV e 03 longas: Entorno da Beleza (2012), Ressurgentes: um filme de ação direta (2014) e Cadê Edson? (2020). Atualmente está realizando o filme “Confluências” em parceria com Antonio Bispo dos Santos, da comunidade quilombola Saco-curtume no Piauí.

Assistente de Direção
>> Bia Lobo

A oficina de Assistência de Direção com Bia Lobo, visa a formação de profissionais capacitados para exercício dos cargos de 1º, 2º e 3º assistente de direção. Prevendo conter escopo teórico e exercícios práticos, propomos uma imersão do oficineiro em uma das funções mais importantes para a bom planejamento e condução de sets de filmagem.

Bia Lobo  é bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense. Possui mestrado em Comunicação e Cultura pela UFRJ e MBA em Gestão do Entretenimento pela Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro. Tem experiência profissional na área de programação de televisão e direção de publicidade para internet. Trabalhou na TV Globo Rio e foi professora substituta de direção de fotografia e produção executiva do curso de cinema da UFMT. Atualmente, trabalha com direção de conteúdo para plataformas digitais e assume a função de continuísta, diretora e assistente de direção em projetos de cinema e audiovisual no Mato Grosso. 

Preparação de Atores
>> Fernanda Mararimon e Divino Teserewahú

Preparação de atores indígenas e não indígenas para o audiovisual com a diretora e atriz mato-grossense Fernanda Marimon e o cineasta xavante Divino Tserewahú. Esta oficina objetiva preparar e promover a inclusão de atores indígenas para os filmes.

Fernada Marimon a 30 anos teve seu primeiro contato com a arte cênica e nunca mais parou de atuar nesta área de inúmeras formas, apresentando programas de TV, locução para rádio, cinema, teatro, arte educação, performance, Contação de Histórias e assim por diante. Hoje reside em Chapada onde é diretora do grupo de teatro Anônimous, mãe, esposa e militante das políticas públicas em prol da Cultura.

Divino Tserewahú Nascido em 1974, Xavante da aldeia de Sangradouro (Gomes Carneiro, MT), Divino seguiu o trabalho iniciado pelo irmão. Desde 1990, registra sobretudo cerimoniais para o público da aldeia. Participou da equipe do “Programa de Índio” e no seu trabalho para o público não Xavante, “Obrigado Irmão”, ele narra sua iniciação de videasta “Filmar é a minha profissão, é para isso que eu nasci… não foi para trabalhar de machado, eu não nasci para plantar. É isso que eu sempre disse para minha mulher”. Líder da equipe de realizadores indígenas autores de “Wapté Monhõnõ, A Iniciação do jovem Xavante”, além de outros dois documentários sobre rituais de iniciação Xavantes “Waiá Rini, O poder do sonho” (2001) e “Deritidzé, Aprendiz de Curador” (2003). Em 2002 fez uma reportagem sobre os indígenas Makuxi, “Vamos a Luta”. Divino já edita seus próprios filmes e está terminando “Abareu”, uma nova versão da recente iniciação dos “Wapté”. Em 2009 Divino termina em co-autoria com Tiago Torres e Amandine Goisbault, os filmes “Sangradouro”, um histórico da sua aldeia, do contato até os dias de hoje, e “PI’ÕNHITSI, Mulheres Xavante sem nome”, sobre o desaparecimento do ritual de nomeação feminina.


Roteiro
>> Hilton Lacerda

Oficina Roteiro com o renomado roteirista do cinema brasileiro, Hilton Lacerda dentre outros filmes escreveu Amarelo Manga, Baixio das Bestas, Piedade. Esta oficina tem por objetivo o desenvolvimento de novas histórias para o desenvolvimento de projetos audivisuais.

Hilton Lacerda tem se destacado pelos trabalhos que vem desenvolvendo nas áreas de cinema e televisão. Suas parcerias com reconhecidos diretores, na feitura de roteiros, e sua direção, tem lhe rendido um reconhecimento bastante amplo. 

Iniciou sua carreira com o roteiro do filme Baile Perfumado – 1996. A partir desse momento foi iniciada uma longa jornada para dentro do audiovisual brasileiro. Na sequência roteirizou os filmes Amarelo Manga – 2002 (Dir. Cláudio Assis), Árido Movie – 2005 (Dir. Lírio Ferreira), Baixio das Bestas – 2006 (Dir. Cláudio Assis), A Festa da Menina Morta – 2008 (Dir. Matheus Nartchesgale), FilmeFobia – 2009 (Dir. Kiko Goifman), Estamos Juntos – 2011 (Dir. Toni Venturi), Febre do Rato – 2011 (Dir. Cláudio Assis), Big Jato – 2015 (dir. Cláudio Assis), Piedade – 2020 (dir. Cláudio Assis), entre outros. Com o documentário Cartola – Música Para os Olhos, assinou sua primeira direção de longa-metragem (roteiro e direção em parceria com Lírio Ferreira). Com o filme Tatuagem, além do argumento e do roteiro, assina a direção de seu primeiro longa-metragem de ficção. Em 2020 lançou seu segundo longa: Fim de Festa.

Dirigiu e roteirizou os curtas Simião Martiniano, O Camelô do Cinema – 1997 (em parceria com Clara Angélica) e A Visita – 2000.

Os filmes citados participaram e foram premiados em vários festivais e mostras no Brasil e no mundo, como Brasília, Gramado, Rio, São Paulo, Cannes, Berlim, Veneza, Roterdã, Bafici, Havana e muitos outros.

Para TV participou, desde o início dos anos noventa, como roteirista e diretor de várias séries documentais de veiculação nacional. Nos últimos anos, além dos longas, desenvolveu projetos de séries para a televisão. Seu primeiro trabalho foi O Fim do Mundo, onde assina criação e roteiros, e divide a direção com Lírio Ferreira. Também criou e dirigiu junto, com Helder Aragão (roteirizou junto com Helder Aragão, Anna Carolina e Dillner Gomes) a série Lama dos Dias. No Chão de Estrelas, assina o roteiro com Anna Carolina Francisco e Dillner Gomes, e divide a direção com Milena Times.

Atualmente trabalha em seu novo projeto de longa metragem chamado Desnatureza (em parceria com Laís Araújo), na finalização da segunda temporada da série Lama dos Dias, e nos roteiros do filme Holiday (junto com Helder Aragão) e O Hipnotista (junto com Lírio Ferreira e Lula Queiroga). Presta consultoria para vários projetos de longas metragens e séries para TV, além de participar como analista e curador em vários editais no Brasil e no exterior.


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