curadoria

Ao se preencher de imagens e sons a alva tela do écran, o audiovisual torna visível a diversidade de agentes que concorrem diretamente para a realização do produto, o filme.

Mobiliza uma interminável lista de nomes, , equipe de técnicos e empresas do setor, os construtores criativa indústria do audiovisual.
Diante de tamanha visibilidade ofertada através de um festival de cinema, uma função permanece num ponto, por vezes, pouco iluminado: a da curadoria. A epispetomologia da palavra assim como os pajés, nos remete a cura a dor, da alma, da existência, de todos os sentidos humanos . Nesse caso não através de poções oriundas de elementos da natureza da terra ou dos céus. Mas da mais fantástica, invenção humana, da arte das imagens e sons em movimento, dotada também de semelhante magia, porém genuinamente industrial. Assegurar, proteger direitos como os que cuidam das demais curadorias de outras dimensões da vida, no campo das artes sua função é elevada a máxima potência. Intimamente ligada ao sucesso ou fracasso dos festivais de cinema.
Reunir, organizar uma programação de filmes diversos que apresente a rica diversidade desse antigo território transfronteiro da America do Sul, a Amazonia, certamente é um grande desafio. E este foi aceito bravamente pela equipe de curadoria do 22º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, aos quias sou muito grato.
O que hora, ao público se apresenta trata de uma programação de filmes originais, em maioria inéditos, estreantes em festivais, off “means stremns”. Filmes que suscitam outros olhares sobre o cinema brasileiro e sobre essa emblemática região. Mobilizam ainda a necessidade de outros saberes destituidos das epistemes colonialistas. Libertários como o voo da Patativa sobre as exuberantes florestas que a região nos convida.
Território este preenhe de mitos, narrativas, de sujeitos, histórias e abordagens. A ocupação humana diversa da região, foi intensificada a partir dos planos de desenvolvimento implantado a partir do longo regime militar. Nesses sessenta anos depois a floresta se tornou frágil, assim como seus povos originários, tradicionais, e demais grupo que migraram para região a partir do mencionado regime. Diante das emergências climáticas que ora assolam a vida no planeta, se tornaram grupos mais vulneráveis.
O resultado dessa incursão fílmica da curadoria não poderia ser mais prazeroso, profícuo, colaborativo. Mesmo diante da urgência da conclusão de seus trabalhos, a curadoria deste festival aceitou o desafio de examinar 458 filmes inscritos, número recorde, em nove de inscrições. A equipe trabalhou longas jornadas de exibição para filtrar, organizar uma programação para o deleite do público, o que ora se apresenta.
Iniciar esse certame audiovisual incitando a reflexão sobre a Amazônia a partir de um fragmento de memória realizado a mais de um século pelo cineasta da selva, Silvino Santos, é um ato de pedir licença a nossa ancestralidade do cinema brasileiro. Promover um debate científico em meio a um festival de cinema, no seio de uma das casas dos saberes desta sociedade, a universidade Federal de Mato Grosso, é um ato de desafio e gloria. Mesclar dados, informações de pesquisas científicas com outros textos e tessituras não muito usuais na academia como o texto fílmico, evidencia que o registro de um tempo impresso num filme é uma indispensável ferramenta para produção de novos saberes, de educação transformadora, o que compele e justifica o crescente investimento na atividade.
Luiz Carlos de Oliveira Borges
Curador Geral do Festival de Cinema as 22 Edições.

Luiz Carlos de Oliveira Borges

Idealizador e Produtor do Festival

Christian Jafas,
Mestre em Cinema e Audiovisual pelo PPGCine/UFF, Christian Jafas atua como diretor, editor e roteirista, tendo como foco a produção documental. Dirigiu o premiado curta-metragem Cine Paissandu: histórias de uma geração (2014) que foi exibido em mais de 70 festivais e mostras nacionais e internacionais. Lança nos anos seguintes: Herança Social (2016), De volta pra casa (2017) e O Colecionador (2020). Possui experiência como curador, programador e jurado de diversos festivais pelo Brasil. Entre 2023 e 2025, Christian atuou como professor substituto no curso de Cinema e Audiovisual, na Faculdade de Comunicação e Artes (FCA), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Em 2025, inicia o Doutorado e7m Cinema e Audiovisual pelo PPGCine/UFF, além de planejar o lançamento do longa-metragem Cine Globo: uma vida de cinema, finalizado em agosto de 2024.

Túlio Paniago Vilela, Jornalista (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT), Dramaturgo (Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT) e Roteirista (Academia Internacional de Cinema – AIC-SP). Roteirista e diretor do curta-metragem Fraternal (2021); Autor do livro Distopoesia Pós-apocalírica (2020); Dramaturgo dos espetáculos Exóticus (2024), Depois do fim do mundo vem sempre outro dia (2020) e Incômodos (2019); Autor da pesquisa para os documentários Identidade Babu (2022), Irmãos Calhao e o Muxirum Cuiabano (2021) e para a série de oito documentários Tipos Mato-grossenses (2017). Também já trabalhou em veículos de comunicação de Mato Grosso, es-
pecialmente na editoria de cultura. Atualmente, trabalha no setor de comunicação da Operação Amazônia Nativa (OPAN), com atuação focada em pautas socioambientais.

Thiago Morais, amazonense, Graduado em Produção Audiovisual pela Universidade do Estado do Amazonas e pós graduado em Antropologia Cultural e Social, atua no audiovisual desde 1995 e em 2003 iniciou como produtor e diretor de curtas metragens e documentários. Coordenou o Projeto Social Jovem Cidadão – Escola no Cinema de 2007 a 2013 do Governo do Amazonas. Atuou como produtor audiovisual na Amazonas Film Commission / Casa do Cinema da Secretaria de Estado da Cultura do Amazonas de 2013 a 2016. Atualmente é Produtor Audiovisual na Universidade Federal do Amazonas.

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